terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Amazônia não é o Pulmão do Mundo

A Amazônia não é o Pulmão do Mundo
Não se sabe quem utilizou esta expressão pela primeira vez, mas o sentido dela é que na Amazônia haveria uma enorme produção de oxigênio, o que na verdade não corresponde a realidade, segundo especialistas.


Não se sabe quem utilizou esta expressão pela primeira vez, mas o sentido dela é que na Amazônia haveria uma enorme produção de oxigênio, o que na verdade não corresponde a realidade, segundo especialistas. Descobertas científicas demonstram que a floresta amazônica encontra-se em estado de “clímax ecológico”: toda a biomassa (o conjunto de matéria viva da região) acaba sendo utilizada por outros organismos para seu metabolismo, produzindo dióxido de carbono. É verdade que a floresta produz uma imensa quantidade de oxigênio mediante a fotossíntese durante o dia. porém, as plantas superiores e outros organismos associados vivendo nessa mesma floresta respiram 24 por dia, ou seja o oxigênio que a floresta produz acaba sendo utilizado na respiração dela mesma. É importante salientar que a floresta amazônica constitui um enorme reservatório de carbono e, quando queimada, produz dióxido de carbono, aumentando assim o “efeito estufa”.

A Amazônia não é o “pulmão do mundo” no sentido comum do termo. No entanto, o sistema florestal da região, alem de evitar a erosão, funciona como uma “esponja”, absorvendo substâncias trazidas pelos ventos e pelas chuvas, sob a forma de poeira e partículas, da África e do Atlântico. Amazônia não é o 'pulmão do mundo', aponta pesquisador. Na capa de muitos jornais, sites, comunidades virtuais e blogs a Amazônia ainda é encarada como o grande “pulmão do mundo”. A idéia de que a floresta seria uma grande purificadora do ar, transformando gás carbônico em oxigênio, já foi desmentida por muitos cientistas, mas ainda sobrevive por aí. Apenas em dois textos do Blog da Amazônia, há 16 comentários que tratam a floresta dessa forma.

Apesar de haver muitas provas de que a Amazônia não exerce esse papel, é consenso entre os pesquisadores que as extensas áreas de floresta do Norte do Brasil têm grande influência no clima do planeta. Mesmo não sendo o tal pulmão, a Amazônia ainda seria um órgão vital.

Floresta em equilíbrio

Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e um dos cientistas mais respeitados no mundo quando se fala de aquecimento global, o erro já começa no próprio apelido que se deu à Amazônia: “O pulmão não supre o oxigênio, ele tira.” O pesquisador explica que a floresta está em equilíbrio. Todo o gás carbônico capturado por meio da fotossíntese é liberado novamente à atmosfera quando as plantas respiram e quando as árvores morrem e entram em decomposição.

Feranside ressalta, contudo, que o fato de a Amazônia não funcionar como o tal “pulmão do mundo” não significa que ela possa ser destruída. O desmatamento de milhões de quilômetros quadrados de floresta poderia desregular o regime de chuvas e acentuar o aquecimento global.

Círculo vicioso
A floresta está em equilíbrio apenas quando está em pé. Se ocorre uma queimada ou desmate, grandes quantidades de gás carbônico são liberadas na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Hoje, o Brasil ocupa o quarto lugar entre os maiores emissores de gases que causam esse problema, sendo que cerca de três quartos dessa poluição provêm da destruição da mata. De acordo com Fearnside, o desmatamento é um péssimo negócio para o Brasil. “Além de emitir muito mais carbono do que o combustível fóssil, ele também traz muito pouco benefício para a economia do país, gera muito pouco emprego”, avalia.

Com o aquecimento do planeta, a floresta corre o risco de entrar em um círculo vicioso de destruição e emissão de gases de efeito estufa, revela o cientista: “Na medida em que se começa a esquentar na Amazônia, morrem muitas as árvores. Com o aumento da temperatura, as árvores também precisam de mais água, e aí aumentam os problemas de incêndio. Além disso, esquenta-se o solo, que começa a liberar carbono. As grandes secas que houve na Amazônia, como a que aconteceu em 2005, tendem a aumentar.”

Falta de água
Ainda que o desmatamento e as queimadas não liberassem gases de efeito estufa, a transformação da floresta em pastos ou plantações poderia mudar radicalmente o regime de chuvas. Fearnside explica que grande parte das chuvas do Centro-sul do Brasil são causadas por ventos que trazem vapores da mata no Norte. “Se transformarmos a floresta em pastagens, as chuvas cairão lá (na Amazônia) e irão direto para o oceano. A água não será mais evaporada”, revela.

Além da falta de água potável – problema que já afeta periodicamente a cidade de São Paulo – a diminuição das chuvas também acarretaria na falta de energia. “No Centro-sul há muitas barragens, que geram energia para o Brasil. Essas hidrelétricas enchem em poucas semanas. Se falharem as chuvas nessas semanas críticas, as represas não enchem pelo resto do ano.”, alerta o pesquisador.

Ambientebrasil

domingo, 2 de janeiro de 2011

2012 – Fim do Mundo

2012 – Fim do Mundo

2012

Toda a Verdade!

2012 está à porta.
Como é normal, os profetas da desgraça, que a cada 10 anos aparecem com uma nova data de fim do mundo (e que se enganam sempre!), já estão a esfregar as mãs de contentes com o dinheiro que vão fazer com novas datas alarmistas.
Sim! Porque há sempre quem, movidos pela fé e contra todas as evidências (científicas e não só), continue a acreditar no Pai Natal.
Livros não faltam! Livros cheios de mentiras e especulações sem sentido, que são postos à venda só para os “vendedores de banha de cobra” fazerem dinheiro com os crentes pouco inteligentes que compram estes livros. Mesmo o Daniken, que já confirmou que é indiferente à verdade e que só escreve histórias fantasiosas para fazer dinheiro, já escreveu sobre este tema. E o Sitchin é o seu aprendiz.
Este livro é um desses exemplos.
Será que as pessoas têm a memória assim tão curta que nem se lembram do alarmadas que andavam com o ano 1997 e depois com o ano 1999 e depois com o ano 2000?
(e razões não faltavam: desde as pirâmides do Egipto, passando pelas profecias do Nostradamus, por um asteróide em rota de colisão, por um ciclo solar estranho, pelo vírus informático, e acabando nos profetas de quintal existentes em todo o lado)
E, apesar disso tudo, continuamos aqui…
Os Humanos têm a incrível mania de não aprenderem com os erros passados. Num período de 15 anos, ficam histéricos 7 vezes porque pensam que vai ser o fim do mundo!! Mas aprendem alguma coisa?
Não! Continuam a pensar que “o próximo é que é”. Enfim…

Vejam este excelente gráfico que contrasta as crenças dos crentes com as razões dos cépticos.
E em português:

Leiam aqui 63 profecias disparatadas relacionadas com afirmações de término do mundo. São religiosas e científicas (algumas até astronómicas).
E aqui mais algumas.
Existe um fascínio especial pelos final dos tempos. As pessoas gostam de acreditar que o mundo vai acabar durante a vida delas, porque isso tornará a era em que vivem como a mais especial de sempre, tornará a sua vida relevante, e isso torna-as especiais, porque vão poder presenciar esse evento único.
Psicologicamente é apelativo pensarem estar no mais importante tempo de sempre: é um geocentrismo psicológico ligado ao tempo.
E na ciência isto por vezes também acontece!
Um exemplo é o livro “The End Of Science” do John Horgan, que de uma maneira quase científica (os mais incautos caem) explica detalhadamente o fim de quase todas as ciências; e para ele, esse fim está muito perto.
E até a Gulbenkian fez uma conferência intitulada “A Ciência terá limites? – Is science near its limits?”, nos dias 25 e 26 de Outubro de 2007.
Faz-me lembrar a mítica (e falsa) frase do Charles Duell, chefe de um escritório de patentes, que em 1899 disse que tudo o que poderia ter sido inventado já tinha sido inventado e que por isso não havia necessidade para um escritório de patentes. Ou a frase de Simon Newcomb, astrónomo e matemático, que no século 19 disse que na altura se estava no limite do conhecimento astronómico – tudo o que havia para saber já se sabia. Ambos estavam redondamente enganados! Mas por aqui se vê o fascínio pelos limites, pela solução final das coisas.

Existe psicologicamente também uma aversão à mudança.
Quer-se manter o mundo como está e não haver mudanças.
Mas isto não faz sentido!
A mudança é a única constante que existe na vida. A mudança é normal, sempre existiu, e sempre existirá. A mudança é inerente à vida.
Não há nada para ter medo ou para prever. É algo normal, obrigatório, e que faz parte da vida.
Ter medo da mudança ou prever mudança é, mal comparando, como ter medo de morangos ou prever morangos. Eles existem, ponto final. Dar misticismos ou prever calamidades baseadas nos morangos é que é errado.

Mudanças/Transformações existem sempre! Mas isso pode-se dizer para qualquer ano.
Se os Maias tivessem previsto um cataclismo para 2003, vinham os crentes dizer que eles tinham previsto o começo da guerra no Iraque.
Se os Maias tivessem previsto para 2001, vinham os crentes dizer que eles tinham previsto a queda das torres em NY.
Se os Maias tivessem previsto para 1989, vinham os crentes dizer que eles tinham previsto a queda do Muro de Berlim.
Se os Maias tivessem previsto para 1986, vinham os crentes dizer que eles tinham previsto o cometa Halley nos céus.
etc, etc, etc.

Este post é sobre esses alarmismos infundados ligados às previsões catastróficas de mudança. Este post não é contra a mudança! Essa existe! Este post é contra os alarmismos sem sentido, baseados em histerias ridículas, ignorância, misticismos inventados, e puras mentiras.

hieroglifos

Sobre a Profecia Maia:

Leiam este artigo que escrevi sobre a Profecia Maia e 2012.
Oiçam a minha entrevista na TSF sobre este assunto.

A Wikipedia fala deste assunto, aqui.
A CNN também tem este artigo sobre este mesmo assunto.
O Ian O’Neill escreveu um artigo aqui sobre o mesmo assunto.
Leiam também este artigo.
Conclusão: não vão morrer em 2012 devido à Profecia Maia!

long count inscription

Os próprios Maias não davam qualquer mística especial a essa data.
É o mesmo que nós de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro. Faz-se festas. Deita-se o ano velho para trás e faz-se projectos para um novo futuro.
Mas em termos concretos (físico, cósmico) nada muda.
É uma celebração de fim de ciclo de calendário. É só. Como nós fazemos todos os anos.

Aliás, os Maias têm inscrições sobre coisas que podem acontecer depois de 2012!
Como diz a Wikipedia: “A monument commemorating the ascension of the king Pakal the Great connects his coronation with events as much as 4000 years after, indicating that those scribes did not believe the world would end on 13.0.0.0.0″. Ou seja, no mí­nimo existem inscrições dos Maias até ao ano 6000 no nosso calendário!!
Isto deveria provar para quem acredita nos Maias, que o mundo não vai acabar em 2012!

Mas para os Maias isso era só um calendário. Nada mais. É certo que eles tinham mais mitos que nós, mas ninguém no século XXI acredita que os relâmpagos são feitos por deuses, pois não?

Além de que vários historiadores dizem que o ciclo longo dos Maias não tinha 13, mas sim 20 bak’tuns: “At Palenque, evidence suggests that the priest timekeepers believed the cycle would end after 20 b’ak’tuns, rather than 13.”

Da Wikipedia:
“December 21 – The Mesoamerican Long Count calendar, notably used by the pre-Columbian Maya civilization among others, completes a “great cycle” of thirteen b’ak’tuns (periods of 144,000 days each) since the mythical Creation date of the calendar’s current era. On this day the Long Count date at creation – written 13.0.0.0.0 in modern notation, equivalent to August 11, 3114 BC in the proleptic Gregorian calendar – is repeated for the first time in a span of a little over 5,125 solar years. The completion of this cycle and the repetition of the previous Creation’s Long Count ending date have been central to various 2012 doomsday predictions since the 1960s. Academic researchers have not concluded that the ancient Maya themselves attached similar significance to this point in time.”
Era um simples calendário. Ler também aqui, aqui, e aqui.

Vejam este vídeo sobre os Maias, o calendário Maia (semelhante ao nosso calendário, no sentido que era um ciclo, e não me parece que a cada fim de ciclo (ano) o nosso mundo acabe!), e os deuses que para eles controlavam o mundo (agora já sabemos que Sol e Vénus não são deuses):

continua no site:

http://astropt.org/blog/2008/08/22/2012/

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Superprevisão do tempo? Pergunte ao Tupã

30 / 12 / O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) inaugurou terça-feira (28), no Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em Cachoeira Paulista (SP), o supercomputador Tupã.

Com o nome do deus do trovão na mitologia tupi-guarani, o sistema computacional é o terceiro maior do mundo em previsão operacional de tempo e clima sazonal e o oitavo em previsão de mudanças climáticas.

Não apenas isso. De acordo com a mais recente relação do Top 500 da Supercomputação, que lista os sistemas mais rápidos do mundo, divulgada em novembro, o Tupã ocupa a 29ª posição. Essa é a mais alta colocação já alcançada por uma máquina instalada no Brasil.

Ao custo de R$ 50 milhões, dos quais R$ 15 milhões foram financiados pela FAPESP e R$ 35 milhões pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o sistema foi fabricado pela Cray, em Wisconsin, nos Estados Unidos.

O Tupã é capaz de realizar 205 operações de cálculos por segundo e processar em 1 minuto um conjunto de dados que um computador convencional demoraria mais de uma semana.

Com vida útil de seis anos, o equipamento permitirá ao Inpe gerar previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para 5 quilômetros na América do Sul e 20 quilômetros para todo o globo.

A máquina também possibilitará melhorar as previsões ambientais e da qualidade do ar, gerando prognósticos de maior resolução – de 15 quilômetros – com até seis dias de antecedência, e prever com antecedência de pelo menos dois dias eventos climáticos extremos, como as chuvas intensas que abateram as cidades de Angra dos Reis (RJ) e São Luiz do Paraitinga (SP) no início de 2010.

“Com o novo computador, conseguiremos rodar modelos meteorológicos mais sofisticados, que possibilitarão melhorar o nível de detalhamento das previsões climáticas no país”, disse Marcelo Enrique Seluchi, chefe de supercomputação do Inpe e coodernador substituto do CPTEC, à Agência FAPESP.

Segundo o pesquisador, no início de janeiro de 2011 começarão a ser rodados no supercomputador, em nível de teste, os primeiros modelos meteorológicos para previsão de tempo e de mudanças climáticas. E até o fim de 2011 será possível ter os primeiros resultados sobre os impactos das mudanças climáticas no Brasil com dados que não são levados em conta nos modelos internacionais.

Modelo climático brasileiro – De acordo com Gilberto Câmara, diretor do Inpe, o supercomputador foi o primeiro equipamento comprado pela instituição de pesquisa que dispensou a necessidade de financiamento estrangeiro.

“Todos os outros três supercomputadores do Inpe contaram com financiamento estrangeiro, que acaba custando mais caro para o Brasil. O financiamento da FAPESP e do MCT nos permitiu realizar esse investimento sem termos que contar com recursos estrangeiros”, afirmou.

O supercomputador será utilizado, além do Inpe, por outros grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climática (Rede Clima) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.

Em seu discurso na inauguração, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, destacou a importância do supercomputador para o avanço das pesquisas realizadas no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais, que foi concebido para durar pelo menos dez anos, e para a criação do Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global (MBSCG).

O modelo incorporará os elementos do sistema terrestre (atmosfera, oceanos, criosfera, vegetação e ciclos biogeoquímicos, entre outros), suas interações e de que modo está sendo perturbado por ações antropogênicas, como, por exemplo, emissões de gases de efeito estudo, mudanças na vegetação e urbanização.

A construção do novo modelo envolve um grande número de pesquisadores do Brasil e do exterior, provenientes de diversas instituições. E se constitui em um projeto interdisciplinar de desenvolvimento de modelagem climática sem precedentes em países em desenvolvimento.

“Não tínhamos, no Brasil, a capacidade de criar um modelo climático global do ponto de vista brasileiro. Hoje, a FAPESP está financiando um grande programa de pesquisa para o desenvolvimento de um modelo climático brasileiro”, disse Brito Cruz.

Na avaliação dele, o supercomputador representará um avanço na pesquisa brasileira em previsão de tempo e mudanças climáticas globais, que são duas questões estratégicas para o país.

Impossibilitado de participar do evento, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, gravou um vídeo, exibido na solenidade de inauguração do supercomputador, em que declarou o orgulho da instalação no Brasil do maior supercomputador do hemisfério Sul.

“Com esse supercomputador, o Brasil dá mais um passo para cumprir as metas de monitoramento do clima assumidas internacionalmente e entra no seleto grupo de países capazes de gerar cenários climáticos futuros”, disse. (Fonte: Agência Fapesp)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Lula deixa Brasil com menos desmatamento, mas legislação ambiental corre risco

28 / 12 / 2010
Por clipping

O grande trunfo da área ambiental nos oito anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a queda do desmatamento na Amazônia Legal. Em 2010, o bioma perdeu 6.451 quilômetros quadrados (km²) de floresta, chegando à menor taxa em 23 anos de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2003, primeiro ano do governo Lula, o desmate atingiu 25,3 mil km².

Por trás da redução do desmatamento estão as políticas adotadas pelos ex-ministros do Meio Ambiente, Marina Silva e Carlos Minc, principalmente a ampliação de operações de fiscalização, a criação de áreas protegidas em regiões críticas e as medidas de restrição ao crédito para os desmatadores.

Além da Amazônia, na gestão de Lula o governo passou a monitorar outros biomas e a partir de 2011 deve ter dados comparativos anuais para direcionar e avaliar as estratégias de combate ao desmatamento em todas as regiões do país.

Na conta ambiental do governo Lula também entram o aumento da produção e uso de biocombustíveis – principalmente o etanol – e a criação de áreas protegidas. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), cerca de 75% dos 700 mil km2 de áreas protegidas criadas em todo o mundo desde 2003 estão localizados em território brasileiro.

Para o diretor executivo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Paulo Moutinho, a posição do Brasil na negociação internacional sobre mudanças climáticas também avançou durante o governo Lula, em especial no segundo mandato. O país reviu posições conservadoras, assumiu compromisso internacional de reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2020 e criou uma legislação nacional para o setor.

“No início do governo Lula havia muita resistência do Brasil em tratar da questão da mudança do clima de forma mais proativa, era um discurso na defensiva. Passamos de uma posição extremamente conservadora e cautelosa para outra de liderança”, disse.

Apesar dos números positivos, a política ambiental dos últimos anos foi marcada pela ambiguidade, na avaliação de ambientalistas. No centro da contradição está o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado para espalhar grandes obras de infraestrutura pelo país, muitas vezes à revelia da conservação ambiental e do interesse de populações tradicionais.

O licenciamento ambiental foi palco de disputa entre técnicos e políticos e motivou seguidas ações do Ministério Público Federal (MPF) questionando a legitimidade das autorizações concedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Em oito anos, o embate entre a área desenvolvimentista e o Ministério do Meio Ambiente veio a público em episódios como os impasses para o licenciamento ambiental das hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, e mais recentemente da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.

Na avaliação do assessor de Políticas Indigenista e Socioambiental do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Ricardo Verdum, os conflitos socioambientais por causa de grandes obras são o maior passivo ambiental do governo Lula. “Nesses anos se observou um relativo desrespeito às populações atingidas. As comunidades têm sido desconsideradas, desrespeitadas e manipuladas no processo”, afirmou.

Ao fim do governo Lula, outra ameaça para as conquistas ambientais dos últimos anos ganhou força com a tentativa de aprovação da flexibilização do Código Florestal. A base governista nunca se posicionou diretamente contra as mudanças na lei e no apagar das luzes do ano legislativo, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), tentou negociar a votação do projeto para agradar a bancada ruralista. (Fonte: Agência Brasil)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Estação Ecologica de Marília

sábado, 25 de dezembro de 2010
Secretaria Meio Ambiente
O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), aprovou, por unanimidade, a criação de duas novas Unidades de Conservação (UCs) e uma Floresta Estadual, em 21/12/2010. Trata-se das UCs de Marília e Avaré, áreas que antes eram Estações Experimentais ligadas ao Instituto Florestal, e de área pública em antiga fazenda em Campinas.

A Estação Ecológica de Marília permitirá aumentar a proteção ambiental em região com nível de preservação de cerca de 6,5% do território, abaixo da média do Estado, que é de aproximadamente 17,5%. O local fica ao norte do município e detém animais e plantas ameaçados de extinção. Segundo Rodrigo Victor, diretor do Instituto Florestal, a região tem potencial para pesquisa ambiental, devido a presença de universidades em Marília.

Já a Estação Ecológica de Avaré aumentará a proteção ambiental do Cerrado paulista. Hoje, o bioma detém apenas 0,83% de sua vegetação original, o que evidencia a importância da preservação da região. Na nova UC foram encontradas 113 espécies de aves, sendo três ameaçadas de extinção, e dez mamíferos, dois em risco. O processo de criação dessa nova área ambiental tem legitimidade local, vez que foi solicitada tanto por oficio da prefeitura como por pedido da câmara dos vereadores.

A nova Floresta Estadual de Campinas localiza-se na região do Parque Jambeiro, que, segundo Rodrigo Victor, “é a única área verde expressiva do bairro”. Segundo ele, a cidade de Campinas detém apenas 2,6% de preservação nativa e a criação da Floresta permitirá combater o assédio imobiliário. Ele explica que será necessário trabalho de recuperação local, vez que 62,60% do território é ocupado por espécies exóticas, o que diminui a biodiversidade.

Outro ponto discutido no Consema foi a Avaliação Ambiental Estratégica das Atividades Portuárias, Industriais, Navais e Offshore no Litoral Paulista. A idéia seria deliberar sobre esse estudo a fim de criar mecanismo que permitisse que os licenciamentos ambientais da Baixada Santista fossem analisados de forma articulada, ao invés de individualmente. “Temos que criar um pano de fundo comum”, disse Ana Cristina Pasini, diretora da Cetesb, acerca dos empreendimentos ligados ao pré-sal, que tendem a se expandir na região.

Não houve consenso entre os conselheiros a esse respeito. Para alguns dos presentes, seria importante definir o Zoneamento Econômico Ecológico da Baixada antes de aprovar o estudo, enquanto outros propuseram incrementar a avaliação, com propostas como, por exemplo, o pagamento por serviços ambientais hídricos para beneficiar o Parque Estadual da Serra do Mar. Em razão do impasse, foi decidido que a questão será levada ao Conselho de Infraestrutura para maior detalhamento.

O Consema também aprovou, por 27 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção, o EIA/RIMA da “Ampliação da Área de Lavra de Calcário”, de responsabilidade da Votorantim Cimentos. O empreendimento fica no município de Araçariguana.
Postado por ecolog às 11:05

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Seca no AMAZONAS deixa 39 cidades em emergência

- Atualizado em 27/10/2010 21h42
Seca no AM deixa 39 cidades em emergência e uma decreta calamidade
Equipes têm levado donativos e água potável para ribeirinhos isolados.
Estiagem baixou nível dos rios Amazonas, Negro e Solimões.
Do G1, em São Paulo

imprimir Um município decretou estado de calamidade pública e outros 39 estão em situação de emergência por causa da seca que atinge o Amazonas, segundo informações da Defesa Civil. Equipes têm levado donativos e água potável para ribeirinhos que estão isolados com o baixo nível dos rios.

O superintendente do Serviço Geológico do Brasil, Marco Antonio de Oliveira, explicou ao G1 que o Rio Negro registrou, no domingo (24), o nível mais baixo desde 1902, com a marca de 13,63 metros. "Desde o recorde, o nível do Rio Negro vem subindo alguns centímetros por dia em Manaus. Mas em Tabatinga (AM), o rio voltou a descer. Temos uma incerteza em relação ao final da vazante nesta região", disse.

De acordo com Oliveira, o período de seca está dentro da normalidade. As cheias devem ter início em novembro.

"Os rios continuam funcionando normalmente. Tanto o Rio Amazonas quanto o Solimões e o Negro estão bem prejudicados, mas eles nunca secam, os barcos continuam navegando. Mas aparecem muitos bancos de areia, então as embarcações tomam mais cuidado e evitam navegar à noite. Algumas cidades acabam ficando desabastecidas", disse.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Rio Negro registra nível mais baixo da história em Manaus

Rio Negro registra nível mais baixo da história em Manaus
Segundo o Serviço Geológico do Brasil, rio chegou a marca de 13,63 metros.
Seca deste ano na Amazônia ocidental é a pior registrada desde 1902.
Do G1, em São Paulo

imprimir O Rio Negro registrou, no domingo (24), seu nível mais baixo desde 1902, com a marca de 13,63 metros. A informação é do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que afirma ainda que esse é o menor volume de água da história do rio na capital amazonense.


Moradores caminham sobre pedras expostas pela seca no Rio Negro, em Manaus Luiz Segundo o CPRM, a seca deste ano na Amazônia ocidental é a pior registrada desde 1902, ano em que começaram as medições no sistema Solimões/Negro. Há possibilidade de o Rio Negro baixar ainda mais nos próximos dias.

A CPRM é responsável pelo monitoramento do sistema Solimões/Negro/Amazonas. O acompanhamento da evolução das cheias e vazantes na Amazônia ocidental é uma parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).